
Sou uma alma penada. Morri de sede depois de ser abandonado em um poço de elevador em Brasilia. Era um prédio de deputados. Depois de salvar duas crianças que ficaram presas no elevador, fui esquecido no poço. É por isso que assombro os elevadores de todos os prédios do Brasil.
Sou uma assombração da nova geração.
Os novos brasileiros, levados pelo processo de urbanização e pela globalização, perderam contato com as antigas assombrações rurais.
Meus colegas de profissão assombrada como o Boi-Tatá, o Curupira, a Mula-sem-Cabeça e o Saci Perere são assombrações tipicamente de um Brasil rural e andam um pouco esquecidas com a urbanização do nosso país.
O que fazer?
Na falta de assombrações nacionais, adaptadas à nova realidade urbana, o prejuízo veio rápido: se acredita e até se celebra esta coisa chamada Ralôu-In! Nada contra o Frankestein e o Drácula, mas acreditar em duende é demais!
Assim, seguindo os bons passos do patriota Monteiro Lobato, no seu (novamente publicado) Inquérito do Saci, convocamos todos que se juntem ao Mesmo, essa urbana e renovadora assombração totalmente nacional, nascida das notícias populares, das entranhas dos elevadores, e de redes digitais e de um mau uso da língua nacional. (nada mais urbano!).
Só acredite no Mesmo e nas assombrações credenciadas pela Associação das Assombrações Nacionais.
Eu tenho medo do Mesmo... e voce?